
" Psiu!" " Huum!" " Que gatinha em!" " Ei gatinha!" Você se sente mal ao ouvir essas cantadas ridículas na rua?
Isso nunca aconteceu comigo graças a deus, mas de qualquer forma é uma coisa ridícula. E você ai que acha que sou muito nova para falar nesse assunto está muito enganado, até mesmo na minha idade, meninas de todo o Brasil são assediadas, eu conheço várias, por isso esse assunto não é um tabu e precisa ser discutido desde a infância na minha opinião.
E por isso quero falar um pouquinho sobre o projeto Chega de fiu fiu, uma super campanha que combate ao assédio sexual em espaços públicos há dois anos.Inicialmente foram publicadas ilustrações com mensagens de repúdio a esse tipo de violência. As imagens foram compartilhadas por milhares de pessoas nas redes sociais, inclusive por mim. Gerando uma resposta tão positiva que acabou sendo o início de um grande movimento social contra o assédio em locais públicos.




São ilustrações lindas com mensagens incríveis!
Todos os dias mulheres são obrigadas a lidar com comentários de teor obsceno, olhares, intimidações e afins....Coisas que são entendidas pelo senso comum como elogios, brincadeiras ou características imutáveis da vida em sociedade ( o famoso é assim mesmo!" ) quando na verdade nada disso é normal ou aceitável.
O número de mulheres que apoiaram a campanha em seu início eram um forte sinal disso, mas, para provar esse ponto de maneira mais contundente, a jornalista Karin Hueck elaborou um estudo online, lançado pelo site Think Olga para averiguar de perto a opinião das mulheres em relação a cantadas de rua.
A expectativa era de algumas dezenas de respostas, mas em apenas duas semanas, foram quase 8 mil participantes – e os números encontrados eram parte surpreendentes e parte esperados: 98% delas já haviam sofrido assédio, 83% não achavam legal, 90% já trocaram de roupa antes de sair de casa pensando onde iam por causa de assédio e 81% já haviam deixado de fazer algo (ir a algum lugar, passar na frente de uma obra, sair a pé) por esse motivo. Você confere a pesquisa completa (aqui)
Foi com a divulgação desses dados que a campanha deslanchou. Grandes veículos de mídia divulgaram a pesquisa e, de repente, o que era óbvio para a grande maioria das mulheres de maneira particular, havia virado notícia em grandes jornais e revistas. Com a popularidade, a campanha passou a receber milhares de mensagens via comentários, emails e Facebook. Elas vinham de três públicos principais, em ordem de recorrência: mulheres que se identificavam com a campanha, homens surpresos com os dados e uma incômoda, mas significativa minoria de mensagens de ódio e até ameaças de estupro vindas de homens revoltados com a campanha – uma reação infelizmente muito comum à mulheres que se posicionam contra privilégios masculinos.
O próximo passo foi a criação do Mapa Chega de Fiu Fiu, uma ferramenta para tornar as cidades mais seguras para as mulheres ao relacionar geograficamente os locais e motivos que aumentam a incidência de casos de assédio em determinadas áreas em busca de soluções que mudem essa realidade.
Com o expertise da campanha, o Think Olga tornou-se uma das vozes mais importantes contra o assédio em locais públicos no Brasil, estabelecendo parcerias para a criação de diversas iniciativas para o aumento da conscientização da importância do tema, tais como o ebook Meu Corpo Não é Seu, a cartilha informativa do Ministério Público de São Paulo, entre outros. Em breve, será lançado o documentário Chega de Fiu Fiu, um sonho que está se tornando realidade e cujo objetivo é ser uma ferramenta de educação contra o assédio.
Isso não é um publi, eu realmente apoio essa campanha e já denunciei alguns casos que vi e ouvi por aqui. Se você sofre ou já sofreu com o assédio? Compartilhe isso no Chega de fiu fiu. Curta a página da campanha no facebook. Acesse também o site Think Olga, muitos artigos legais sobre feminismo, violência a mulher e etc.
Fonte: http://thinkolga.com/